"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 28 de fevereiro de 2010

ANIVERSÁRIO DO BLOG - 1 ANO

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Estamos em festa. Nosso BLOG comemora um ano de existência. Nesse período, por intermédio de 230 postagens, levamos hiostória, informação, cultura e ciência militar aos nossos leitores.
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É oportuno lembrar os objetivos do BLOG: o estudo, o debate e a difusão de assuntos da História Militar Geral e da História Militar do Brasil. Cabe, ainda, um escalrecimento: por ser um BLOG, nossos conteúdos são simples, de tamanho limitado, que têm por propósito mais despertar o interesse pelos assuntos abordados do que esgotá-los em profundidade. Por exemplo, não publicamos trabalhos demasiadamente longos como monografias, livros ou capítulos.
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Utilizamos material próprio ou de nossos colaboradores, além de fontes disponíveis em bibliografias diversas, museus, grupos de pesquisa e estudos e na internet.
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Neste ano tivemos a oportunidade de colaborar com trabalhos, pesquisas, ensino e outras atividades acadêmicas, científicas e culturais. Continuamos à disposição, bastando entrar em contato pelo e-mail.
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A todos que postaram comentários, enviaram sugestões e críticas, o nosso muito obrigado. Esperamos continuar com sua ajuda para fazer um BLOG cada vez melhor.
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Para o próximo ano pretendemos fazer algumas modificações no BLOG. Em primeiro lugar, vamos dar uma "arrumação" nos conteúdos, publicando postagens separadas de assuntos da História Militar Geral e da História Militar do Brasil. Assim, para cada postagem de assuntos nacionais, publicaremos duas postagens com assuntos gerais (estes são, naturalmente, em maior quantidade). Pretendemos, ainda, aperfeiçoar o layout e o próprio nome do BLOG.
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A você, leitor amigo, o nosso muito obrigado. Continue conosco em nossas aventuras através da História Militar.
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Carlos Daróz
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

IMAGEM DO DIA - 25/02/2010



Final da Guerra das Falklands, 1982. Fuzileiro Naval britânico examina material bélico abandonado por prisioneiros argentinos em Port Stanley.


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UNIFORMES - OFICIAL GRANADEIRO RUSSO, 1855



Oficial Russo - Regimento de Granadeiros

Guerra da Crimeia, 1855


O oficial subalterno à esquerda veste o capote de inevrno cinzento sobre o uniforme de combate. O capote foi introduzido no Exército Russo durante a Guerra da Crimeia, no entanto, foi distribuído somente para algumas unidades de infantaria.
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Sua cobertura é o capacete modelo "pickelhaube" ostentando a insígnia do Regimento de Granadeiros. Seu armamento consiste em uma espada (parcialmente encoberta) e um revólver para autodefesa, levado sob o capote de inverno.

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – PIRRO, DE ÉPIRO



* 318 a.C.
+ 272 a.C. - Argos

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Pirro (Pyrrhus), filho de Eácida, foi rei do Épiro e da Macedônia e notabilizou-se por ter sido um dos principais opositores a Roma.
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Pirro teve uma infância e juventude bastante atribuladas. Tinha apenas dois anos de idade quando o seu pai foi destronado. Mais tarde, aos 17 anos de idade, os Epirotas chamaram-no para governar, mas Pirro acabou por ser destronado novamente. Nas guerras entre os diádocos, após a divisão do Império de Alexandre III, tomou partido de seu cunhado, Demétrio I da Macedónia, e lutou a seu lado na Batalha de Ipso (301 a.C.).
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Mais tarde, tornou-se refém de Ptolomeu I do Egito, num acordo entre este e Demétrio. Pirro casou com Antígona, filha de Ptolomeu I e, em 297 a.C., restaurou seu reino no Épiro. Em seguida, declarou guerra a Demétrio, seu antigo aliado e, no ano de 286 a.C., depôs o seu cunhado assumiu o controle do reino da Macedônia. Dois anos depois, porém, seu ex-aliado Lisímaco expulsou-o da Macedônia.
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Campanha na Itália
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No ano de 281 a.C., a cidade grega de Tarento, no sul da Itália, foi tomada de assalto pelos Romanos. A derrota dos Tarentinos parecia certa. Na oportunidade, Roma já crescera suficientemente para partir à conquista - com sucesso - da Magna Grécia, ou Itália do Sul. O povo de Tarento não teve alternativa senão pedir o auxílio de Pirro.
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Pirro foi encorajado a ajudar os Tarentinos por influência do oráculo de Delfos. Suas pretensões, no entanto, eram bem mais ambiciosas: almejava formar um império na Itália. Para isso, tornou-se aliado do rei Ptolomeu da Macedônia, seu vizinho mais poderoso, e chegou à Itália em 280 a.C..
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Sua força militar era extraordinária: 3.000 cavaleiros, 2.000 arqueiros, 500 fundeiros, 20 000 soldados de infantaria e 19 elefantes de guerra. Com ela, o objetivo de Pirro era não só evitar a conquista de Tarento pelos Romanos, como subjugá-los.
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Em função da superioridade de sua cavalaria e dos seus elefantes, derrotou os Romanos na Batalha de Heracleia, inde os Romanos perderam cerca de 7.000 homens, enquanto Pirro perdeu 4.000. Desde esta vitória, várias tribos e as cidades gregas de Cróton e Locros juntaram-se a Pirro, que ofereceu aos Romanos um tratado de paz, o qual foi prontamente rejeitado.
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Quando Pirro invadiu a Apúlia (279 a.C.), os dois exércitos defrontaram-se na Batalha de Ásculo, onde Pirro obteve uma vitória muito custosa. Os romanos perderam 6.000 homens e Pirro teve 3.500 baixas. Foi um duro golpe no exército de Pirro, que não aguentaria outro desfalque semelhante contra os romanos.
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Campanha na Sicília
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Em 278 a.C., no meio de suas dificuldades e inquietações, Pirro viu-se diante de novas oprtunidades que se lhe ofereciam, levando a hesitação ao seu espírito. De um lado, chegaram da Sicília embaixadores que lhe propuseram colocar em suas mãos as cidades de Agrigento, Siracusa e Leontinos, pedindo ao mesmo tempo que ajudasse a expulsar os cartagineses da ilha e a libertá-la de seus tiranos; de outro, mensageiros vindos da Grécia trouxeram-lhe a notícia de que o Ptolomeu tinha sido morto em uma batalha contra os gauleses, e que seu exército fora derrotado, surgindo, assim, uma ocasião das mais favoráveis para se apresentar aos macedônios, que necessitavam de um rei.
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Pirro maldisse então a fortuna, que lhe apresentava ao mesmo tempo duas oportunidades para fazer grandes coisas e, vendo com pesar que não podia optar por uma sem perder a outra, hesitou durante muito tempo antes de fazer a escolha. Finalmente, as dificuldades da Sicília pareceram-lhe muito mais importantes, por motivo da proximidade da África, decidindo-se então por este empreendimento. Assim, após tomar tal resolução, enviou Cíneas, conforme costumava fazer, às cidades da ilha, a fim de realizar as negociações. Contudo, a guarnição que colocara na cidade de Tarento, a fim de mantê-la submissa, provocara grande descontentamento entre os seus moradores. Estes mandaram-lhe dizer que, ou ele permanecia no país a fim de sustentar a guerra contra os romanos, de acordo com o compromisso assumido ao dirigir-se à cidade, ou, caso decidisse abandonar a Itália, que deixasse Tarento na situação em que a havia encontrado. Pirro, porém, respondeu-lhes secamente, dizendo-lhes que não lhe falassem mais em tal assunto, que esperassem por uma oportunidade. E, dada esta resposta, seguiu para a Sicília, onde viu, logo após a chegada, todas as suas esperanças se realizarem. Com efeito, as cidades apressaram-se em se entregar, e, em todos os lugares onde teve de empregar a força, não encontrou nenhuma resistência séria.
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Com um exército de trinta mil homens de infantaria e dois mil e quinhentos cavaleiros, e uma esquadra de duzentos navios, ele foi expulsando por toda parte os cartagineses e conquistando as regiões que estavam sob o seu domínio.
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Pirro entra em uma cidade siciliana com suas tropas


A cidade de Erix , dentre as que os cartagineses conservavam em seu poder, era a dotada de melhores fortificações e a que contava o maior número de defensores. Em 277 a.C., Pirro decidiu ocupá-la pela força. Quando tudo estava pronto para o assalto, tomou todas as suas armas, e, ao aproximar-se da cidade, prometeu a Hércules um sacrifício solene, bem como jogos públicos, em sua homenagem, caso lhe concedesse a graça de mostrar-se, aos olhos dos gregos que moravam na Sicília, digno de seu nascimento e dos grandes recursos de que dispunha. Feito este voto, ordenou que as trombetas soassem, dando o sinal do ataque. Quase todos os cartagineses que se encontravam sobre as muralhas retiraram-se logo às primeiras flechadas. Foram em seguida colocadas as escadas, sendo ele o primeiro a subir. No alto da muralha um grupo de inimigos ousou enfrentá-lo; atacando-os, forçou uns a se atirarem de ambos os lados da muralha, e abateu outros a golpes de espada, sem que recebesse qualquer ferimento. Com efeito, ele parecia tão terrível aos cartagineses, que estes não ousavam olhá-lo de frente e sustentar o seu olhar. Após a ocupação da cidade, ele fez a Hércules um sacrifício magnífico e promoveu festas com jogos e combates de todas as espécies.

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Havia nas imediações de Messina uma nação cujo povo eram chamados mamertinos, que causavam grandes tribulações aos povos gregos, obrigando mesmo alguns deles a lhes pagarem impostos e tributos. Este povo, numeroso e aguerrido, devia seu valor à denominação de mamertinos, que, em língua latina, significa marciais. Pirro liderou suas forças contra eles e os derrotou num renhido combate, arrasando várias de suas fortalezas. Além disso, mandou matar todos os que entre eles se encarregavam da coleta dos impostos. Os cartagineses, que desejavam fazer as pazes com Pirro, ofereceram-lhe, como prova de amizade, prata e navios; mas, como visava a coisas ainda maiores deu-lhes uma breve resposta, dizendo que havia um único meio de ser estabelecida a paz: a evacuação de toda a Sicília, de modo que o mar da África passasse a constituir a zona de separação entre os gregos e eles. Os êxitos alcançados e a confiança que depositava em suas forças encorajavam-no e o incitavam a tornar uma realidade as esperanças que o tinham levado à Sicília; e aspirou, assim, em primeiro lugar, à conquista da África. Para levar a efeito esta vasta empresa ele possuía um número suficiente de navios; mas faltavam-lhe marinheiros e remadores. Entretanto, para obtê-los das cidades, em vez de agir com habilidade e brandura, passou a tratá-las com excessivo rigor, constrangendo seus moradores e castigando com severidade os que não obedeciam às suas ordens. Transformando-se, subitamente, de príncipe popular em tirano violento, Pirro adquiriu, em consequência de sua severidade, a reputação de homem ingrato e pérfido. Entretanto, por mais descontentes que estivessem, as cidades sicilianas cediam à necessidade e lhe forneciam tudo aquilo que deles era exigido.

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Em 276 a.C., o comportamento despótico de Pirro começou a fazer com que a população se descontentasse com o rei. Ainda que Pirro continuasse a vencer as guarnições cartaginesas, acabou por ter de abandonar a Sicília, regressando à Itália.
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Regresso à Itália e à Grécia

Quando regressou, travou uma batalha inconclusiva em Beneventum (275 a.C.), no sul da Itália. Pirro abandonou a campanha na Itália e regressou ao Épiro. Apesar da sua campanha no ocidente ter solapado grande parte do seu exército e da sua riqueza, Pirro lançou-se à guerra: atacou o rei Antígono II, vencendo-o facilmente, e apossou-se do trono Macedônio.

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Em 272 a.C., Cleónimo, um espartano de sangue real, mas odiado em Esparta, pediu a Pirro que atacasse a cidade e o colocasse no poder. Pirro concordou com o plano, mas tencionava ficar com o controlo do Peloponeso para si mesmo. Inesperadamente, Esparta ofereceu resistência, o que abalou a sua tentativa de assalto.

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Logo a seguir, surgiu a oportunidade de Pirro intervir numa disputa cívica em Argos. Entrando na cidade com o seu exército às escondidas, Pirro acabou por ser apanhado numa confusa batalha nas estreitas ruas da cidade. Durante a confusão, uma velha que observava do telhado atirou uma telha em Pirro, que caiu atordoado, permitindo que um soldado argivo o matasse (algumas fontes dizem que Pirro foi envenenado por um servo).
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Mapa mostrando as campanhas militares de Pirro

"Vitória de Pirro"

Por ter sido um homem extremamente belicoso e um líder incansável, embora não tivesse sido um rei propriamente sábio, Pirro foi considerado um dos melhores generais do seu tempo. Aníbal considerou-o o segundo melhor, depois de Alexandre Magno. Pirro era também conhecido por ser muito benevolente. Como general, as maiores fraquezas políticas de Pirro eram a falta de concentração e a tendência de esbanjar dinheiro: grande parte dos seus soldados eram dispendiosos mercenários.

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Seu nome tornou-se famoso pela expressão "Vitória de Pirro". Quando da vitória na Batalha de Ásculo, conseguida a custo elevado, foram-lhe dar os parabéns, diz-se que respondeu com as palavras: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

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Pirro escreveu ainda Memórias e vários livros sobre a arte da guerra. Os escritos perderam-se, mas sabe-se que foram usados por Aníbal e elogiados por Cícero.

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

IMAGEM DO DIA - 22/02/2010

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Elefantes de guerra caratgineses, sob o comando de Aníbal Barca, cruzando o Rio Ródano em direção ao território da Gália em 218 a.C.


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OS COURACEIROS PRUSSIANOS E A CARGA DA MORTE



No exército prussiano, as unidades de couraceiros constituíam as tropas de cavalaria de maior prestígio. No início da guerra franco-prussiana (1870-71), o exército prussiano possuía dois regimentos de guarda e oito de linha de couraceiros, provavelmente as mais bem equipadas, treinadas e organizadas unidades de cavalaria pesada da Europa. Com exceção das unidades de Guarda – Guarda de Corpo e Couraceiros da Guarda -, os regimentos de couraceiros eram nomeados de acordo com seu local de recrutamento, seguindo a tradição das Guerras Napoleônicas: 1º da Silésia, 2º da Pomerânia, 3º da Prússia Oriental, 4º da Westfália, 5º da Prússia Ocidental, 6º de Brandenburgo, 7º de Magdeburgo e 8º do Reno. Cada um era composto por quatro esquadrões de 150 homens, e um esquadrão de depósito com 200 homens.
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De acordo com os regulamentos da cavalaria prussiana de 1860, a altura necessária para o serviço nos couraceiros era, pelo menos, 1,70 m para os homens e 1,57 m para os cavalos. A título de comparação, a altura mínima dos homens para as unidades de dragões e ulhanos era 1,67 m; nos regimentos de hussardos os homens precisavam medir no mínimo 1,62 m. Os couraceiros e dragões recebiam seus cavalos de raça procedentes das regiões de Holstein, Magdeburg e Hanôver.
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Na fase inicial da Batalha de Mars-la-Tour, em 16 de Agosto de 1870, uma brigada de cavalaria da Prússia, composta pelos 7º Regimento de Couraceiros de Magdeburgo e 16º Regimento de Ulhanos, executou um ataque contra a infantaria e a artilharia francesas que ficou conhecido como o todesritt (carga de morte). A infantaria francesa ameaçava atacar a ala esquerda prussiana perto de Vionville, colocando em risco o avanço do exército. Enquanto os reforços não se materializaram, o General Alvensleben ordenou ao general von Bredow que carregasse com a sua brigada, conscientemente sacrificando-a para deter o inimigo até que o auxílio chegasse. Von Bredow levou seus homens para a carga em linha, com os couraceiros sob o comando do Major Von Schmetow à esquerda e os ulhanos à direita, ao todo cerca de 700 homens. Sob o fogo dos canhões e da metralha, os prussianos romperam as linhas francesas e eliminaram sua infantaria e artilharia. Aproveitando o êxito obtido, a brigada atacou as tropas francesas atrás da primeira linha, mas foi surpreendida e repelida por uma divisão de cavalaria inimiga.
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Menos de metade da brigada retornou da carga: 104 couraceiros e 90 ulhanos. A carga ocupou os franceses até o final do dia, e removeu a ameaça à ala esquerda prussiana.
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O 7º Regimento de Couraceiros carregando contra bateria de canhões francesa em Mars-la-Tour. Menos da metade dos cavalarianos prussianos sobreviveu à carga.

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Temendo novos ataques, os franceses trouxeram outra divisão de cavalaria, enquanto os prussianos usaram sua cavalaria para garantir a chegada dos reforços. Em Mars-la-Tour, 5.000 couraceiros franceses e Prussianos entraram em choque na maior batalha de cavalaria da guerra.
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PENSAMENTO MILITAR




“Os povos que desdenham as virtudes militares e se não preparam para eficaz defesa do seu território, de seus direitos e de sua honra, expõem-se às investidas dos mais fortes e aos danos e humilhações consequentes da derrota”.


Barão do Rio Branco

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MILITAR - INSCRIÇÕES ABERTAS



Torne-se um especialista em História Militar!


Continuam abertas as inscrições para o curso de Pós-Graduação (especialização), modalidade a distância, em História Militar oferecido pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).


Aproveite a oportunidade para estudar em um dos dois únicos cursos de História Militar em funcionamento no Brasil. As inscrições encerram-se em 21 de março de 2010.

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

IMAGEM DO DIA - 20/02/2010

Durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-71), soldados de uma bateria prussiana apontada para a cidade francesa de Strasboug posam para a fotografia em uma pausa entre as missões de tiro
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CONDECORAÇÕES: A ESTRELA DE PRATA (SILVER STAR)



A Silver Star (em português Estrela de Prata) é a terceira mais alta condecoração militar que pode ser concedida a um membro das forças armadas dos EUA e o terceiro maior prêmio dado por valor diante do inimigo.
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A Silver Star é concedida por bravura em ação contra um inimigo dos EUA que não justificaria o recebimento de uma Cruz de Serviços Distintos (Distinguished Service Cross). Pode ser concedida a qualquer pessoa que, servindo em qualquer unidade das Forças Armadas dos Estados Unidos, distingue-se por si própria ou por extraordinário heroísmo que envolva em ação contra um inimigo dos Estados Unidos, enquanto envolvido em operações militares que envolvem conflito com uma força inimiga estrangeira e enquanto servindo a forças amigas, engajado em conflitos armados contra uma força armada opositora na qual os Estados Unidos não são uma das partes beligerantes.
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Nessa categoria, alguns militares brasileiros pertencentes à FEB foram condecorados com a Silver Star, dentre os quais os tenentes Apollo Miguel Reszk e Rubens Resstel, o sargento Zeferino Crepaldi e o cabo Marcílio Luiz Pinto.

O sargento Zeferino Crepaldi, da Força Expedicionária Brasileira recebendo sua Silver Star das mãos do General Mark Clark



Diversas personalidades dos EUA também foram agraciados com a Silver Star por suas ações em combate. Destacam-se, entre tantos, o presidente Lyndon Johnson, os generais John J. Pershing, Douglas MacArthur, James Dollitle, Alexander Haig e George Patton.

Tenente do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA condecorado com a Silver Star por sua atuação no Iraque

 

A CONQUISTA DE MONTE CASTELO PELA FEB


No ano passado já trouxemos uma matéria sobre a tomada do Monte Castelo pela Força Expedicionária Brasileira no dia 21 de fevereiro de 1945. Contudo, o BLOG HISTÓRIA MILITAR não poderia deixar passar a referência dessa importante página da História Militar do Brasil, a ser comemorada amanhã, na qual as tropas brasileiras conseguiram desalojar os alemães que guarneciam essa importante posição defensiva nas montanhas da Itália.
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Reproduzimos, a seguir, o texto publicado pelo Noticiário do Exército - Ano LII Nº 10.552, de 21 de fevereiro de 2009.
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Longos foram os anos de convívio pacífico com as demais nações até o momento em que o soldado brasileiro entrou em cena em defesa dos valores morais e éticos da humanidade. O mundo em crise defrontava-se com perdas democráticas que poderiam mudar o rumo da História. A posição de neutralidade não era mais sustentável, pois o perigo rondava ameaçador. Nesse capítulo da história universal, o Brasil entra em combate e, com ele, os nossos heróis.

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A Força Expedicionária Brasileira (FEB) levou o Brasil ao teatro de operações na Itália. O primeiro contingente brasileiro embarcou em 30 de junho de 1944 rumo às terras européias. Ao longo dos meses seguintes, outros quatro escalões seguiram para aquele cenário de batalha internacional. Em solo italiano, o Exército Brasileiro preparava-se para um dos feitos mais gloriosos da FEB em sua vitoriosa campanha na 2a Guerra Mundial, qual seja, a tomada de Monte Castelo.

A região, dominada pelos alemães, representava posição estratégica, já que impedia o 4º Corpo de Exército de prosseguir a marcha até Bolonha, objetivo maior do comando das Forças Aliadas na Itália.
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Em 24 de novembro de 1944, iniciou-se a primeira ofensiva. Depois de se apoderarem do Monte Belvedere, ao lado do Castelo, os nossos combatentes sofreram uma violenta contra-ofensiva alemã que os obrigou a abandonar as posições já conquistadas. No dia 29 do mesmo mês, os Aliados partiram para a segunda ofensiva a Monte Castelo, igualmente barrada pelos regimentos de infantaria alemães. Já em dezembro, os expedicionários brasileiros efetivaram o terceiro assalto ao Monte, com duração inferior a cinco horas, e o resultado, mais uma vez, foi frustrante. Mesmo nessas circunstâncias, as vanguardas da FEB conseguiram chegar além da metade do caminho programado.
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Observa-se que foram inúmeras as dificuldades enfrentadas pela nossa tropa e o clima detensão e ansiedade já assolava os nossos pracinhas. As tentativas de conquista anteriores, deflagradas por tropas americanas e brasileiras, não foram bem-sucedidas. O inimigo era implacável e experiente, dotado de excepcional capacidade de combate e desdobrado em uma posição defensiva dominante. As condições meteorológicas rigorosas do inverno europeu, as minas terrestres, lançadas nas vias de acesso, e as diversas casamatas bem localizadas e camufladas aumentavam a dificuldade da operação. Iniciou-se a segunda quinzena de fevereiro. A defesa inimiga era primorosa e o ataque frontal poderia representar o extermínio de nossa Força. Com fé robustecida e o destemor comuns ao soldado brasileiro, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária cruzou a linha de partida e seguiu, resoluta, na direção do objetivo.
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Depois de uma jornada de árduos combates, as forças brasileiras, estimuladas pelos sentimentos de honra e de dignidade, silenciaram a defesa contendora. Ao cair da tarde no Monte Castelo, a Bandeira Brasileira tremulava. Esse feito heroico representava o resgate da dívida de sangue dos ataques fracassados que ceifaram tantas vidas.
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A conquista do Monte serviu de estímulo para o prosseguimento das operações da FEB até a rendição incondicional de duas divisões adversárias. Foram quase oito meses de combate em solo italiano e, no curso desse tempo, cerca de meia centena de vilas e cidades haviam sido libertadas. Monte Castelo figura, nesse cenário, como símbolo maior de bravura, de amor à Pátria, de féinquebrantável, de destemor e de capacidade de superação do incansável soldado brasileiro.
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Patrulha brasileira subindo para mais uma investida contra o Castelo

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NOTÍCIA - ABERTA SUBSCRIÇÃO PARA CONSERVAR CARRO DE COMBATE DA 2ª GUERRA MUNDIAL

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O Museu do Tanque de Bovington, em Dorset-Inglaterra, lançou uma subscrição pública de 40.000 libras esterlinas para manter em operação um carro de combate alemão Pzkpfw VI Tiger I, um dos veículos mais formidáveis da 2ª Guerra Mundial.
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O famoso Tiger 131 foi capturado pelas tropas aliadas durante uma disputada batalha na Tunísia em 1943, tendo sito atingido por um tiro de canhão anticarro de seis libras após destruir dois carros de combate Churchill britânicos.


O Tiger 131 examinado por oficiais britânicos após ter sido capturado na Tunísia. É possível ver, ao fundo, um dos Churchill colocados fora de ação
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Produzido em 1942, o Tigre foi apenas uma das 1.354 unidades fabricadas na Alemanha, as quais participaram de ações de combate na Rússia, Tunísia, Sicília e norte da Europa Ocidental. Possuía como armamento principal o preciso canhão de 88 mm e sua blindagem era capaz de absorver os impactos das principais armas anticarro dos aliados, mesmo em curtas distâncias. Possuía, no entanto, a desvantagem de ser extremamente pesado -57 toneladas – possuir pouca manobrabilidade. Além disso, o motor tinha o “péssimo hábito de pegar fogo” e sua transmissão costumava falhar quando submetida a regime de estresse.

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O Tiger 131 representou um significativo ganho para as forças aliadas, pois permitiu que os engenheiros britânicos pudessem, em processo de engenharia reversa, examinar o veículo. O rei George VI e o primeiro-ministro Winston Churchill inspecionaram o Tiger 131 em Tunis e, no ano seguinte, o blindado participou do desfile do Regimento de Cavalaria de Guarda (Horse Guards) na Inglaterra, antes de ser recolhido ao novo lar em Bovington.


O Tiger 131 desfilando na década de 1990

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Com a subscrição, o Museu do Tanque pretende angariar os recursos necessários para manter o Tiger 131 em condições de operação.
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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

IMAGEM DO DIA - 19/02/2010

Durante a Guerra do Sinai, em 1956, um P-51D Mustang da Força Aérea israelense abatido pela artilharia antiaérea egípcio no deserto.


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RETORNO ÀS ATIVIDADES


Após um período de recesso, no qual mudamos nossa base de Resende-RJ para o Recife-PE, é com satisfação que comunicamos o reinício das atividades do BLOG História Militar.
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Ao longo de 2010 prosseguiremos com a tarefa de divulgar os fatos históricos, contribuir com a produção do conhecimento e trocar idéias com todos os interessados ao estudo do fenômeno Guerra.
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